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merda no sapato: Mundus Horribilis

segunda-feira, novembro 27, 2006

Mundus Horribilis

Rezam-se orações aos porcos.
Ratazanas percorrem esgotos,
roem corpos jazidos, almas defuntas,
mijam-lhes em cima e chamam-lhes putas.

Um cheiro nauseabundo, uma diarreia sentimental
se espalha, é só ver bolorentos olhos impestados com crude,
sanguessugas sugarem o sangue podre da virtude.
Malogrado destino, estrume do mal, Judas consome o beijo fatal.

Vitrais partidos, vandalizados,
ossos mórbidos e amontoados.
Escaravelhos, baratas passeiam caveiras,
cruzes avessas nos altos das Igrejas.

Mundo Cruel
Junta-se o excremento e o mel
na mesma caldeira
serve-se á mesa. Ultima Ceia. Caganeira.

Eva serve a Adão o fruto proíbido,
fuma umas ganzas, está todo fodido!
Olha em volta, ópio
mãe da revolta, geradora do ódio!

Verdade:
crime, cancro da sociedade.
Amordaçadas caem já pesadas as carcaças do fútil lutar.
(Lá No alto uma nuvem esconde o luar.)

Olhar cruel, Belzebu!
A merda chega já á cidade,
indiferente só dizes para levármos no cu!
Nós próprios construimos a realidade.

Fim, juizo final
Castrador do nefasto, do ruim e do mal.
Devastação,
Salvação!

Ponto de Interrogação.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Ao longo da muralha que habitamos
Há palavras de vida há palavras de morte
Há palavras imensas,que esperam por nós
E outras frágeis,que deixaram de esperar
Há palavras acesas como barcos
E há palavras homens,palavras que guardam
O seu segredo e a sua posição


Mário Cesariny (directamente de Bruxelas)

10:06 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Mundus horribilis vivemus est, mundus horribilis morremus est!

Mundus horribilis, mundus terribilis, mundus nostrum!

10:59 da manhã  

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