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merda no sapato: Pronto, já está.

domingo, dezembro 31, 2006

Pronto, já está.

Já enforcaram o antigo líder do regime Iraquiano. Resta esperar pelo seguinte, e pelo seguinte e pelo seguinte, até que as cordas se extingam. O julgamento pareceu-me tendencioso, o facto de o juiz ser curdo era uma evidência demasiado óbvia. Relembre-se que que Saddam foi incriminado pelo massacre dos Curdos e dos Suniitas, naquilo a que intitularam, e justamente a meu ver, como crimes contra a humanidade.
No final da execução foram perceptíveis vestígios de sangue à volta do lenço que lhe cobria o pescoço e há já quem defenda que tenha sido espancado e não enforcado. Ético ou não, bárbaro ou não, parece-me compreensível que ajam dessa forma, até porque seria muito difícil fazer justiça a um tão maquiavélico tirano. A única pena que tenho é que George W. Bush e Tony Blair não tenham tido a mesma sentença, por atentado contra a humanidade, contra a humanidade das milhares e milhares de vítimas inocentes, mortas simplesmente para satisfazer desejos mórbidos e monopolistas.
Não me parece que a melhor forma de libertar um povo da opressão seja exterminá-lo. Tudo bem que, dado ao estado que a morte acarreta, eles não estejam mais sobre um domínio autocrático, mas teria sido uma boa ideia, sei lá, digo eu, deixá-los experienciar tal liberdade através de um estado anímico, e não através de um caixão ou do subsolo.
George W. Bush instado a comentar o caso congratulou-se com a morte de Saddam, considerando o feito como "Um marco na história do Iraque rumo à democracia". Sim, de facto, com a raiva que os Iraquianos estão a todo o Ocidente, o mais natural é caminharem a passos largos e contentes rumo a uma democracia, onde todos, livremente, e por espontânea vontade planeiam a morte violenta de ocidentais.
O presidente dos EUA esqueceu-se de um pequeno pormenor, os Iraquianos ou são tiranos ou querem ser governados por eles. Esqueceu-se que o estado de opressão que o regime capitalista exerce sobre o hemisfério Sul faz com que o maior anseio da maior parte dos Islâmicos seja uma Jihad, para se vingarem sobre os Cristãos de tal estado de miséria. E "Tal" já vem do tempo dos Mouros. Bush esqueceu-se de perguntar a si mesmo, ou então até perguntou, mas não fez questão, de como se resolveria por via não bélica o problema Árabe. Talvez seja melhor para os Americanos fabricarem armas, vendê-las, alimentar toda uma indústria e armazenar petróleo do que uma solução pacífica para o Médio Oriente. Talvez.
Quem se apressou a criticar a execução de Hussein foi o Vaticano. Acho estranho não criticarem de igual forma, o extermínio, por forca e cremação viva, por altura da inquisição, de milhões de não Cristãos, nem criticarem as Cruzadas, nem as chamadas missões de Cristianização, do qual Portugal teve um papel prolífico. É igualmente estranho não se responsabilizarem pela morte de milhões de pessoas com HIV, simplesmente porque julgam que o uso de contraceptivos é pecaminoso. Morrer putrefacto é santo, porém condenar à morte São Saddam de Bagdad é coisa do demónio. Já agora... até gostaria de saber como chegaram à conclusão que o uso de preservativos é pecado... Terá Jesus nas suas parábolas mencionado o assunto? "Daqui a 2000 anos, avisem os trisnetos dos trisnetos dos vossos trisnetos que não podem usar aqueles saquinhos de plástico nas pilinhas! hmm... e surgiram os peixes!" Ou... esperem lá... Terá Ratzinger um número de telefone aberto com Deus. "Está lá? Deus!? É O Joseph... Olha e preservativos?" - "Não!" - "Ah, ok. Obrigado!"