Debate no Merda no sapato
Depois do debate de anteontem à noite na RTP1, O Merda no sapato teve o orgulho de acolher e reunir novamente os líderes dos cinco principais partidos nacionais.
A cada participante foi dado o tempo máximo de intervenção de 15 minutos, o qual foi unicamente excedido por todos, por questões obviamente logisticas e que Paulo
Portas - aliás, se disponibilizou prontamente a responder através da ajuda de alguns gráficos.
Moderador - Boa noite! Já foram informados das leis do presente debate. Peço, pois, ordem e calma na discussão das temáticas.
O sorteio ditou que será José Sócrates a começar.
- Eng. José Sócrates quais são as suas principais críticas em relação aos dois últimos anos de governação?
José Sócrates - Boa noite! Boa noite também às pessoas lá em casa. Ora bem, essa questão tem graça, pois eu não sei muito bem por onde começar.
Acho que é demasiado óbvio, repare no estado actual das finanças, repare no desemprego e no pessimismo dos Portugueses, a verdade é que o país
decresceu comparativamente à três anos. Portugal para além de não ter acompanhado o crescimento europeu, como ainda seguiu o caminho exactamente inverso, ou
seja, retrocedeu, isto é gravissimo.
Os Portugueses e os Ucranianos tem de ter a noção do que se passa:
- O país está de tanga - como disse uma vez Durão Barrosso, e por isso é preciso apertar o cinto - por muito estranho e gay que possa parecer. E não, não estou a fazer referências ao Doutor Paulo Portas ou a Francisco Louçã, a vida pessoal deles não me interessa e acho rídiculo estar a dizer em público que eles são, de facto - homossexuais! Não vou entrar por esses caminhos porque não é disso que a política se trata. Devemos respeitarmo-nos mutuamente, não entrando em insinuações e ofensas pessoais, por mais cabrões que sejam os inergumenos da oposição.
É necessário fazer algo e isso passa por um governo do PS que toda a gente sabe, é o único partido competente em Portugal.
Moderador - Portanto, quais são os benefícios de uma votação no seu partido, o que vai mudar?
José Sócrates - Para começar sou "muita" giro e tenho um penteado lindo, o nosso partido tem um logotipo moderno e a Odete Santos não faz parte do
nosso elenco de deputados.
As prioridades do Partido Socialista passam obviamente pela classe média. Queremos diminuir o desemprego, manter a idade da reforma, queremos incentivar a produtividade.
A nossa estratégia passa por investir nas tecnologias e na investigação, modernizando o nosso país.
Planeamos a criação de mais 16 pontes sobre o Tejo e mais 10 estádios de futebol. Pretendemos trazer a Feira da Exposição mundial novamente ao país.
O nosso governo irá criar um cartão único e isto será um projecto no mínimo inovador, será um cartão que aglomerará as funções de Bilhete de Identidade, Cartão de Saúde, Carta de Condução e Passaporte. Também estavamos a pensar juntar a esta panóplia de funções, a de cartão de Bingo do Benfica, cartão de membro dos alcoolicos anónimos e cartão de sócio do clube dos caçadores das Taipas; mas não sei se será possível. Garanto que vamos tentar.
Todos estes projectos, são, como sabe, vitais para a sustentação e o crescimento do nosso país.
Moderador - O segundo a argumentar será então Jerónimo de Sousa. Doutor, qual são as medidas que o Partido Comunista propõe caso vença as eleições, o que vai fazer de diferente em relação ao anterior governo?
Jerónimo de Sousa - Boa noite camaradas. Ora o Partido Comunista... (tosse) o partido co... (tosse) bem... a minha voz não... (tosse) talvez seja melhor falar mais daqui um bocado se não houver problema... (tosse)
Francisco Louçã - Não, não há... esteja á vontade Doutor.
Moderador - Muito bem, passo agora a palavra a Paulo Portas. A pergunta é a mesma :
- Quais são os benefícios numa votação no PP, ou numa vitória da direita?
Paulo Portas - Boa noite! Antes de começar gostaria de salientar que admiro muito a irmão Lúcia e que gosto muito de peixeiras.
Ora, o que ganha Portugal com a continuação de um governo de direita? Tudo, basicamente tudo. Esse senhor que está a ver (apontando para José Sócrates) fazia parte do governo que se amedrontou e fugira das suas responsabilidades. Eles deixaram o país num autêntico pântano e nós é que tivemos de tomar as medidas drásticas.
Eles sabiam muito bem, à partida, que o país ia entrar numa recessão económica e foi por isso que se demitiram, para que fosse a nós que calhásse a fava, para que fossemos nós que levassemos com as responsabilidades, mas os Portugueses não são estúpidos, eles sabem que tudo o que aconteceu até agora é da inteira culpa do vosso partido.
Mas antes de explicar, gostaria de responder ás acusações do senhor José Sócrates:
- Eu não sou, de forma alguma, homossexual. Aliás - sou! Mas tudo se deve à ruinosa gestão do anterior governo. Trouxe inclusivamente um gráfico que o poderá comprovar, se não repare...
Moderador - Hmm, talvez seja melhor deixarmos isso para um futuro debate. O que se propõe então fazer para resolver os problemas do país?
Paulo Portas - Antes de responder a essa questão gostaria de frisar que tenho um enorme respeito pelos feirantes, pelos reformados e pelos ex-combatentes de guerra.
O que o país precisa é uma liderança estável e coesa, e isso passa obviamente por um governo de coligação entre o PP e o PSD.
Apelo aos eleitores que ocorram em massa às urnas e que votem no PP, pois como toda a gente sabe e está inclusivé cientificamente provado, como é possível ver-se neste gráfico, isso tirará votos ao PS - que está em luta directa connosco pelos lugares na assembleia. Pelo menos - os lugares com vista panorâmica para o exterior, onde, só a título de curiosidade, se vê uma magnífica paisagem - principalmente para o parque de estacionamento onde costumo guardar o meu Rolls Royce.
O PP propõe-se a investir nas tecnologias e na investigação, baixar o desemprego, e diminuir a dívida externa, para isso já planeamos a construcção de mais dois utilitaríssimos submarinos.
No nosso país faltam-nos artesãos, falta gente com formação técnica para realizar certas profissões bastante importantes para a sociedade.
Queremos criar mais cursos profissionais, diminuindo o desemprego e desviando alunos das vertentes de Humanidades, que estão, como é sabido, sobrelotadas.
Moderador - Passo então a palavra a Jerónimo de Sousa, caso esteja em condições de falar
Jerónimo de Sousa - Mais uma vez boa noite a todos. O que o partido comunista quer trazer de novo para o país é... hmm... não estou a ver nada.
Eu não estou a ver nada! Está tudo preto! Oh não... acho que também estou com gases (peido) Não me estou a sentir nada bem, talvez seja melhor aguardar mais um pouco, até que passe.
Francisco Louçã - Claro, claro esteja á vontade...
Moderador - Ok, Doutor Francisco Louçã: E o Bloco de esquerda, o que poderá trazer de novo ao país? Quais são as suas críticas ao governo?
Francisco Louçã - O governo do PSD e do CDS-PP afundou o nosso país numa profunda crise, foi claramente um governo que protegeu os mais poderosos em detrimento das classes média e baixa. É incrível como num país industrializado e supostamente desenvolvido se registem situações como a que ocorre no offshore da Madeira. É incrível como é possível empresas nacionais pagarem o que pagam de impostos e a banca ter tantos benefícios fiscais. É simplesmente inacreditável! Estamos numa país onde os mais pobres se sacrificam pelos mais ricos, não tem cabimento nenhum, isso e o nível de desemprego a que chegamos - que é simplesmente o mais alto dos últimos anos. Rejeitamos claramente a proposta do PSD em aumentar as idades das reformas, essa é uma altura em que as pessoas precisam de paz e descanso. Nós não temos o direito de sobrecarregá-los com mais e mais anos de trabalho.
O que o Bloco de Esquerda pretende é mais justiça social, pretendemos terminar com a actual hierarquização da socidade, somos todos iguais, não há portugueses de primeira e segunda categoria, ninguém deve ter regalias e isenções fiscais, ninguém pode ser prejudicado.
Queremos uma sociedade equalitária, mais justa, sem qualquer tipo de diferienciações a qualquer nível. Deveremos beneficiar unicamente aqueles que trabalham e se esforçam para o crescimento do país.
Queremos apostar nas artes e na cultura, levar o nome do nosso país lá fora sem que nos gritem de seguida "santinho!"
Queremos legalizar a eutanásia, as drogas leves e o aborto, só liberalizando as drogas ditas mais leves é que acabámos com o mercado clandestino e reduzimos o consumo.
Queremos criar mais salas de chuto de forma a reduzir os riscos de contaminação e propagação da sida.
Nós cá no Bloco de Esquerda temos muito em conta os chulos, as prostitutas e os drogados. Aliás, se correr bem muitos deles depois das eleições serão deputados.
Outro dos nossos principais objectivos é aumentar os salários, reduzir os impostos e elevar as pensões até ao valor do salário mínimo...
Jerónimo de Sousa - Oh não! Caiu-me um braço!
Moderador - Hmm, talvez seja melhor chamar o INEM, peço á produção que o faça, por favor. Doutor Francisco Louçã: Como é que um projecto como esse é viável, tendo em conta a actual conjuctura económica do país?
Francisco Louçã - Temos de aumentar a produtividade.
Moderador - E como é que se faz isso?
Francisco Louçã - Hmm, aumentando...
Moderador - Mas como? Isso não é uma coisa em que se carregue no botão e já está!
Francisco Louçã - Sabe, quando era mais novo o meu avô deu-me um caramelo, ainda me recordo como se fosse hoje, mas aquilo não era um caramelo qualquer, foi a primeira vez que havia comido, na altura lembro-me que me deu uma enorme satisfação, já há bastante tempo que não comia nada tão bom.
Perguntei-lhe porque me o havia ele dado aquele tão saboroso caramelo, respondeu-me que não era um simples caramelo, era um Wearthers original, o primeiro dos caramelos,eEra bastante especial. Disse que me o tinha dado pois - eu - também era - muito especial!
Moderador - Creio que está a fugir á pergunta. Como pretende aumentar a produtividade?
Francisco Louçã - Muita gente refere-se ao Bloco de Esquerda como um partido radical, isto sucede-se porque existem muitas pessoas que nos temem. Dizem que somos um partido fascista, que somos um partido com ideias utópicas, creio que isso não é verdade. As nossas ideias podem obviamente por-se em prática, a única coisa que precisamos fazer é usá-las num outro planeta ou esperar que a mentalidade das pessoas mude e para isso só precisamos de esperar que aperfeiceoem a técnica de transfusão de cérebros ou lavagem cerebral. É tão simples quanto isto.
Portugueses acreditem em mim, eu não vos ia estar a mentir, eu sou tão simpático!
(Falando com Jerónimo de Sousa) Não, deixe estar, esteja à vontade Doutor Jerónimo de Sousa, quer o meu copo de água?
Moderador - Creio que fugiu novamente á questão, mas tudo bem. Bem, como o Doutor Jerónimo de Sousa já não se encontra cá á cerca de 15 minutos, talvez seja melhor passarmos a palavra a Santana Lopes. Doutor, quais são os seus projectos para o país?
Santana Lopes - Boa noite! Queria começar por dizer que todas estas críticas que nos tem sido feitas são completamente infundadas. Como o Doutor Paulo Portas já disse o estado actual das contas do governo deve-se essencialmente á gestão do anterior governo, o PS deixou o nosso país num imenso caos admnistrativo, é natural que se tenha de cortar na despesa e vender o património para controlar as contas. Depois do que nos fizeram é natural que a nossa maior preocupação agora tenha de ser controlar a dívida externa e para isso temos de tomar certas medidas drásticas que levam ao aumento do desemprego, por exemplo, e ao abaixamento do nosso poder de compra. O que se passou é inevitável.
Como Paulo Portas disse, a anterior admnistração do PS acobardou-se, viu que o país estava a entrar num pântano e fugiu a sete pés. Os partidos da esquerda não tem moral para nos criticarem, principalmente quando nem sequer nos deixaram terminar o nosso mandato!
Ainda há muitas medidas a tomar e espero que os Portugueses tenham o bom senso de ver o que está certo e o que está errado, sendo que a única coisa certa a fazer é votar no PSD.
O PSD propõe investir nas tecnologias e na investigação de forma a modernizar o nosso país, queremos incentivar as empresas e a produção, tornar os impostos mais justos, sanear a dívida do ministério da saúde.
Moderador - Como se propõe a realizar essas propostas?
Santana Lopes - Temos de, acima de tudo, apoiar as pequenas e médias empresas, de forma a que cresçam e consigam competir saudavelmente entre elas. Temos de incentivar os trabalhadores dando prémios aos que trabalharem mais. Isto será decidido pelos capatazes das empresas, que envergarão uma túnica negra e castigarão os maus trabalhadores com uma catana. Também pretendemos vender património, já que essa é de momento a saída mais viável para sanear as contas públicas e tornar possível os futuros investimentos. Temos realizado ultimamente inúmeros contactos com famosos empresários nacionais e internacionais e já temos praticamente acertado a venda de várias empresas portuguesas, museus, monumentos e a ilha dos Açores. O que o PSD pede é confiança aos portugueses, votem em nós. Nós podemos escolher o caminho mais árduo e mais lento mas é o mais acertado tendo em conta o futuro. Prevejo que no próximo milénio, ou quem sabe em 2006 a crise esteja cessada e estejamos em condições de competir com riquíssimos países como a Macedónia, por exemplo.
Moderador - Obrigado! Recebo a informação que tenho Jerónimo de Sousa ao telefone do Hospital, ele vai tentar falar pela última vez. Pode falar doutor.
Jerónimo de Sousa - Camaradas... (tosse) os trabalhadores... (tosse) os sindicatos... (tosse) e o 25 de Abril!!! (tosse)
Moderador - Muito obrigado pelo seu esforço. Bem, este foi o nosso debate, agora a decisão cabe-vos a vós, votem independemente das cores políticas pelo bem do país. Boa noite!
A cada participante foi dado o tempo máximo de intervenção de 15 minutos, o qual foi unicamente excedido por todos, por questões obviamente logisticas e que Paulo
Portas - aliás, se disponibilizou prontamente a responder através da ajuda de alguns gráficos.
Moderador - Boa noite! Já foram informados das leis do presente debate. Peço, pois, ordem e calma na discussão das temáticas.
O sorteio ditou que será José Sócrates a começar.
- Eng. José Sócrates quais são as suas principais críticas em relação aos dois últimos anos de governação?
José Sócrates - Boa noite! Boa noite também às pessoas lá em casa. Ora bem, essa questão tem graça, pois eu não sei muito bem por onde começar.
Acho que é demasiado óbvio, repare no estado actual das finanças, repare no desemprego e no pessimismo dos Portugueses, a verdade é que o país
decresceu comparativamente à três anos. Portugal para além de não ter acompanhado o crescimento europeu, como ainda seguiu o caminho exactamente inverso, ou
seja, retrocedeu, isto é gravissimo.
Os Portugueses e os Ucranianos tem de ter a noção do que se passa:
- O país está de tanga - como disse uma vez Durão Barrosso, e por isso é preciso apertar o cinto - por muito estranho e gay que possa parecer. E não, não estou a fazer referências ao Doutor Paulo Portas ou a Francisco Louçã, a vida pessoal deles não me interessa e acho rídiculo estar a dizer em público que eles são, de facto - homossexuais! Não vou entrar por esses caminhos porque não é disso que a política se trata. Devemos respeitarmo-nos mutuamente, não entrando em insinuações e ofensas pessoais, por mais cabrões que sejam os inergumenos da oposição.
É necessário fazer algo e isso passa por um governo do PS que toda a gente sabe, é o único partido competente em Portugal.
Moderador - Portanto, quais são os benefícios de uma votação no seu partido, o que vai mudar?
José Sócrates - Para começar sou "muita" giro e tenho um penteado lindo, o nosso partido tem um logotipo moderno e a Odete Santos não faz parte do
nosso elenco de deputados.
As prioridades do Partido Socialista passam obviamente pela classe média. Queremos diminuir o desemprego, manter a idade da reforma, queremos incentivar a produtividade.
A nossa estratégia passa por investir nas tecnologias e na investigação, modernizando o nosso país.
Planeamos a criação de mais 16 pontes sobre o Tejo e mais 10 estádios de futebol. Pretendemos trazer a Feira da Exposição mundial novamente ao país.
O nosso governo irá criar um cartão único e isto será um projecto no mínimo inovador, será um cartão que aglomerará as funções de Bilhete de Identidade, Cartão de Saúde, Carta de Condução e Passaporte. Também estavamos a pensar juntar a esta panóplia de funções, a de cartão de Bingo do Benfica, cartão de membro dos alcoolicos anónimos e cartão de sócio do clube dos caçadores das Taipas; mas não sei se será possível. Garanto que vamos tentar.
Todos estes projectos, são, como sabe, vitais para a sustentação e o crescimento do nosso país.
Moderador - O segundo a argumentar será então Jerónimo de Sousa. Doutor, qual são as medidas que o Partido Comunista propõe caso vença as eleições, o que vai fazer de diferente em relação ao anterior governo?
Jerónimo de Sousa - Boa noite camaradas. Ora o Partido Comunista... (tosse) o partido co... (tosse) bem... a minha voz não... (tosse) talvez seja melhor falar mais daqui um bocado se não houver problema... (tosse)
Francisco Louçã - Não, não há... esteja á vontade Doutor.
Moderador - Muito bem, passo agora a palavra a Paulo Portas. A pergunta é a mesma :
- Quais são os benefícios numa votação no PP, ou numa vitória da direita?
Paulo Portas - Boa noite! Antes de começar gostaria de salientar que admiro muito a irmão Lúcia e que gosto muito de peixeiras.
Ora, o que ganha Portugal com a continuação de um governo de direita? Tudo, basicamente tudo. Esse senhor que está a ver (apontando para José Sócrates) fazia parte do governo que se amedrontou e fugira das suas responsabilidades. Eles deixaram o país num autêntico pântano e nós é que tivemos de tomar as medidas drásticas.
Eles sabiam muito bem, à partida, que o país ia entrar numa recessão económica e foi por isso que se demitiram, para que fosse a nós que calhásse a fava, para que fossemos nós que levassemos com as responsabilidades, mas os Portugueses não são estúpidos, eles sabem que tudo o que aconteceu até agora é da inteira culpa do vosso partido.
Mas antes de explicar, gostaria de responder ás acusações do senhor José Sócrates:
- Eu não sou, de forma alguma, homossexual. Aliás - sou! Mas tudo se deve à ruinosa gestão do anterior governo. Trouxe inclusivamente um gráfico que o poderá comprovar, se não repare...
Moderador - Hmm, talvez seja melhor deixarmos isso para um futuro debate. O que se propõe então fazer para resolver os problemas do país?
Paulo Portas - Antes de responder a essa questão gostaria de frisar que tenho um enorme respeito pelos feirantes, pelos reformados e pelos ex-combatentes de guerra.
O que o país precisa é uma liderança estável e coesa, e isso passa obviamente por um governo de coligação entre o PP e o PSD.
Apelo aos eleitores que ocorram em massa às urnas e que votem no PP, pois como toda a gente sabe e está inclusivé cientificamente provado, como é possível ver-se neste gráfico, isso tirará votos ao PS - que está em luta directa connosco pelos lugares na assembleia. Pelo menos - os lugares com vista panorâmica para o exterior, onde, só a título de curiosidade, se vê uma magnífica paisagem - principalmente para o parque de estacionamento onde costumo guardar o meu Rolls Royce.
O PP propõe-se a investir nas tecnologias e na investigação, baixar o desemprego, e diminuir a dívida externa, para isso já planeamos a construcção de mais dois utilitaríssimos submarinos.
No nosso país faltam-nos artesãos, falta gente com formação técnica para realizar certas profissões bastante importantes para a sociedade.
Queremos criar mais cursos profissionais, diminuindo o desemprego e desviando alunos das vertentes de Humanidades, que estão, como é sabido, sobrelotadas.
Moderador - Passo então a palavra a Jerónimo de Sousa, caso esteja em condições de falar
Jerónimo de Sousa - Mais uma vez boa noite a todos. O que o partido comunista quer trazer de novo para o país é... hmm... não estou a ver nada.
Eu não estou a ver nada! Está tudo preto! Oh não... acho que também estou com gases (peido) Não me estou a sentir nada bem, talvez seja melhor aguardar mais um pouco, até que passe.
Francisco Louçã - Claro, claro esteja á vontade...
Moderador - Ok, Doutor Francisco Louçã: E o Bloco de esquerda, o que poderá trazer de novo ao país? Quais são as suas críticas ao governo?
Francisco Louçã - O governo do PSD e do CDS-PP afundou o nosso país numa profunda crise, foi claramente um governo que protegeu os mais poderosos em detrimento das classes média e baixa. É incrível como num país industrializado e supostamente desenvolvido se registem situações como a que ocorre no offshore da Madeira. É incrível como é possível empresas nacionais pagarem o que pagam de impostos e a banca ter tantos benefícios fiscais. É simplesmente inacreditável! Estamos numa país onde os mais pobres se sacrificam pelos mais ricos, não tem cabimento nenhum, isso e o nível de desemprego a que chegamos - que é simplesmente o mais alto dos últimos anos. Rejeitamos claramente a proposta do PSD em aumentar as idades das reformas, essa é uma altura em que as pessoas precisam de paz e descanso. Nós não temos o direito de sobrecarregá-los com mais e mais anos de trabalho.
O que o Bloco de Esquerda pretende é mais justiça social, pretendemos terminar com a actual hierarquização da socidade, somos todos iguais, não há portugueses de primeira e segunda categoria, ninguém deve ter regalias e isenções fiscais, ninguém pode ser prejudicado.
Queremos uma sociedade equalitária, mais justa, sem qualquer tipo de diferienciações a qualquer nível. Deveremos beneficiar unicamente aqueles que trabalham e se esforçam para o crescimento do país.
Queremos apostar nas artes e na cultura, levar o nome do nosso país lá fora sem que nos gritem de seguida "santinho!"
Queremos legalizar a eutanásia, as drogas leves e o aborto, só liberalizando as drogas ditas mais leves é que acabámos com o mercado clandestino e reduzimos o consumo.
Queremos criar mais salas de chuto de forma a reduzir os riscos de contaminação e propagação da sida.
Nós cá no Bloco de Esquerda temos muito em conta os chulos, as prostitutas e os drogados. Aliás, se correr bem muitos deles depois das eleições serão deputados.
Outro dos nossos principais objectivos é aumentar os salários, reduzir os impostos e elevar as pensões até ao valor do salário mínimo...
Jerónimo de Sousa - Oh não! Caiu-me um braço!
Moderador - Hmm, talvez seja melhor chamar o INEM, peço á produção que o faça, por favor. Doutor Francisco Louçã: Como é que um projecto como esse é viável, tendo em conta a actual conjuctura económica do país?
Francisco Louçã - Temos de aumentar a produtividade.
Moderador - E como é que se faz isso?
Francisco Louçã - Hmm, aumentando...
Moderador - Mas como? Isso não é uma coisa em que se carregue no botão e já está!
Francisco Louçã - Sabe, quando era mais novo o meu avô deu-me um caramelo, ainda me recordo como se fosse hoje, mas aquilo não era um caramelo qualquer, foi a primeira vez que havia comido, na altura lembro-me que me deu uma enorme satisfação, já há bastante tempo que não comia nada tão bom.
Perguntei-lhe porque me o havia ele dado aquele tão saboroso caramelo, respondeu-me que não era um simples caramelo, era um Wearthers original, o primeiro dos caramelos,eEra bastante especial. Disse que me o tinha dado pois - eu - também era - muito especial!
Moderador - Creio que está a fugir á pergunta. Como pretende aumentar a produtividade?
Francisco Louçã - Muita gente refere-se ao Bloco de Esquerda como um partido radical, isto sucede-se porque existem muitas pessoas que nos temem. Dizem que somos um partido fascista, que somos um partido com ideias utópicas, creio que isso não é verdade. As nossas ideias podem obviamente por-se em prática, a única coisa que precisamos fazer é usá-las num outro planeta ou esperar que a mentalidade das pessoas mude e para isso só precisamos de esperar que aperfeiceoem a técnica de transfusão de cérebros ou lavagem cerebral. É tão simples quanto isto.
Portugueses acreditem em mim, eu não vos ia estar a mentir, eu sou tão simpático!
(Falando com Jerónimo de Sousa) Não, deixe estar, esteja à vontade Doutor Jerónimo de Sousa, quer o meu copo de água?
Moderador - Creio que fugiu novamente á questão, mas tudo bem. Bem, como o Doutor Jerónimo de Sousa já não se encontra cá á cerca de 15 minutos, talvez seja melhor passarmos a palavra a Santana Lopes. Doutor, quais são os seus projectos para o país?
Santana Lopes - Boa noite! Queria começar por dizer que todas estas críticas que nos tem sido feitas são completamente infundadas. Como o Doutor Paulo Portas já disse o estado actual das contas do governo deve-se essencialmente á gestão do anterior governo, o PS deixou o nosso país num imenso caos admnistrativo, é natural que se tenha de cortar na despesa e vender o património para controlar as contas. Depois do que nos fizeram é natural que a nossa maior preocupação agora tenha de ser controlar a dívida externa e para isso temos de tomar certas medidas drásticas que levam ao aumento do desemprego, por exemplo, e ao abaixamento do nosso poder de compra. O que se passou é inevitável.
Como Paulo Portas disse, a anterior admnistração do PS acobardou-se, viu que o país estava a entrar num pântano e fugiu a sete pés. Os partidos da esquerda não tem moral para nos criticarem, principalmente quando nem sequer nos deixaram terminar o nosso mandato!
Ainda há muitas medidas a tomar e espero que os Portugueses tenham o bom senso de ver o que está certo e o que está errado, sendo que a única coisa certa a fazer é votar no PSD.
O PSD propõe investir nas tecnologias e na investigação de forma a modernizar o nosso país, queremos incentivar as empresas e a produção, tornar os impostos mais justos, sanear a dívida do ministério da saúde.
Moderador - Como se propõe a realizar essas propostas?
Santana Lopes - Temos de, acima de tudo, apoiar as pequenas e médias empresas, de forma a que cresçam e consigam competir saudavelmente entre elas. Temos de incentivar os trabalhadores dando prémios aos que trabalharem mais. Isto será decidido pelos capatazes das empresas, que envergarão uma túnica negra e castigarão os maus trabalhadores com uma catana. Também pretendemos vender património, já que essa é de momento a saída mais viável para sanear as contas públicas e tornar possível os futuros investimentos. Temos realizado ultimamente inúmeros contactos com famosos empresários nacionais e internacionais e já temos praticamente acertado a venda de várias empresas portuguesas, museus, monumentos e a ilha dos Açores. O que o PSD pede é confiança aos portugueses, votem em nós. Nós podemos escolher o caminho mais árduo e mais lento mas é o mais acertado tendo em conta o futuro. Prevejo que no próximo milénio, ou quem sabe em 2006 a crise esteja cessada e estejamos em condições de competir com riquíssimos países como a Macedónia, por exemplo.
Moderador - Obrigado! Recebo a informação que tenho Jerónimo de Sousa ao telefone do Hospital, ele vai tentar falar pela última vez. Pode falar doutor.
Jerónimo de Sousa - Camaradas... (tosse) os trabalhadores... (tosse) os sindicatos... (tosse) e o 25 de Abril!!! (tosse)
Moderador - Muito obrigado pelo seu esforço. Bem, este foi o nosso debate, agora a decisão cabe-vos a vós, votem independemente das cores políticas pelo bem do país. Boa noite!