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merda no sapato: fevereiro 2007

quarta-feira, fevereiro 28, 2007

O Homem que só apanhava a TVI


O Homem que só apanhava a TVI era um Homem soturno e infeliz que gritava e gemia ao som da programação. Seu sonho era assassinar João Cléber, mas ele nunca tinha muito tempo para pensar nisso enquanto se masturbava a contemplar as chamadas actrizes do programa. Às vezes uivava. Ao início, seus dias eram passados de forma entediante e nervosa enquanto remoía com dedos e dentes de cão aquilo que ainda restava do seu comando preto comprado na loja dos Chineses, porém lá haveria por se habituar.

O Homem que só apanhava a TVI era algo suicída no trato e ele nunca na vida pensara escapar ileso a uma loja chinesa. Dessa forma, fora com uma profunda sensação de desconforto que se aparcebera à saída que nenhum lhe retirara algum dos seus já putrefactos órgãos. Ele tinha um órgão lá em casa e ele tocava música, mas isso, bem vistas as coisas não faz muito sentido agora. Era importante delinear o essencial: o canal não mudava, o canal não mudava e era isso que o apoquentava, sempre o mesmo, e o mesmo era sempre, sempre a TVI. Dias e dias. Dias seguidos, anos e anos e anos volvidos.

O Homem que só apanhava a TVI era um Homem, mas o Homem que só apanhava a TVI não era um Homem qualquer. O Homem que só apanhava a TVI tinha roupas modernas e sobre a pele resquícios de brilhantina que não o incomodavam demasiado nas alturas em que dava portentosas cambalhotas para trás enquanto cantava êxitos musicais cujos temas percorriam desde as noites de verão a saltar à corda, às miúdas do liceu até às chiclettes gorilla. E que bem que ele cantava, e que bem que ele tirava macacos do nariz. O Homem que só apanhava a TVI era um homem informado, sabia variadissimas coisas e nunca se esquecera daquela vez em que uma vez na televisão ouvira falar da existência de dias e de noites. Era impressionante, pensava para ele mesmo, tanto haviam os dias como haviam as noites. As garinas gostavam de sair à noite, e à noite o seu pénis poderia muito bem ser como que a chave que abre os mais belos cofres uterinos. Por vezes esses cofres uterinos eram abertos também pelos seus amigos, mas os seus amigos tinham uma banda de punk e tinham o penteado muito fixe.

O Homem que só apanhava a TVI eventualmente se tornou num Homem como um outro qualquer e se fartou de ver a TVI e foi por isso que se imolara no próprio prédio, queimando juntamente com ele todos os Homens como outros quaisqueres e todos os Homens diferentes dos outros quaisqueres. Ele estava feliz, a TVI não dava no Inferno.

Estações da polícia ameaçadas pelo Governo


"Os postos e esquadras das forças policiais de dimensão reduzida poderão ter os dias contados no próximo modelo de Segurança Interna, cujas linhas mestras são hoje apresentadas por José Sócrates no Parlamento." diz o Correio da Manhã de hoje. Ao que eu pergunto: Depois de encerrarem as maternidades, depois de fecharem as urgências, depois de privatizarem a GALP e a EDP, e agora com o encerramento de postos e esquadras da polícia o que se seguirá? Passará a política de racionalização de José Sócrates por acabar com as próprias pessoas de Portugal? E encerrar o país? Dramatizar talvez, mas é o que se advinha, pois sem a polícia o mais certo é instalar-se uma anarquia e a população ver-se obrigada a fazer justiça pelas suas próprias mãos, enchadas, machados e moto-serras. Na verdade até não era tão mau assim, sempre se poupava uns trocos para dimínuir a dívida pública e a Europa olhava-nos com melhores olhos. Vender Sócrates, creio também ser uma ideia a ponderar. É pena é ele não se parecer mais com uma brasileira, que assim provavelmente até seria retalhado por um preço bastante significativo.

A realidade é real?


A pedido da minha professora de atelier de jornalismo li este artigo de opinião do Pedro Rolo Duarte, que ilustra bem como funciona a chamada democracia, ou dissimulocracia, como quiseram. Dá que pensar, e só não o percebe quem não pensa. Eu por acaso penso, é uma coisa que me acompanha quase desde miúdo, e às vezes penso para mim mesmo que o termo democracia não derivará tanto das palavras gregas referentes a povo e administração, "demo" e "cracia", respectivamente, mas sim de Demónio e manipulação.

O importante hoje na política não é tornar as pessoas livres, mas sim sim levá-las a pensar que o são.

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Ninguém imagina

Ninguém imagina como se deve jogar futebol. Apesar de as equipas portuguesas se terem dado bem e se terem exibido a um nível muito razoável nas competições europeias nos últimos dias, à excepção do Porto, que pouco mais poderia fazer do que um empate face ao poderoso Chelsea de Mourinho, após vermos este miúdo de 12 anos a jogar à bola, começamos a desvalorizar um bocado o facto. Há quem diga que neste momento o Cristiano Ronaldo é o melhor do mundo e isso é verdadeiramente notável tendo em conta a sua idade... Mas quem o afirma não sabe concerteza do que fala. Este puto, este puto na verdadeira acepção da palavra, é mil vezes melhor. Mil vezes melhor. Provavelmente é chicoteado em casa quando erra alguma jogada, ou tem um laboratório onde inventara uma nova droga, pelo menos a avaliar pela perfeição com que domina o esférico. A imprensa chama-o rato de Laboratório, suspeitando da sua qualidade exacerbada, mas eu prefiro utilizar a expressão máquina sob o efeito de psicotrópicos. É estúpido, mas eu também nunca disse que era o contrário. Nikon, tem nome de máquina fotográfica e foi contratado pelo Schalke 04 da Alemanha ao Valência, onde ganha, imagine-se, 25000 dólares. Nikon Jevtic. Registem.

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Como se tornar num intelectual em 20 dias

AVISO:
Antes de mais convém frisar que os intelectuais por norma, não têm sexo para além de com as suas mãos. E quando assim é, de preferência praticam o acto bem longe de olhares curiosos, nas mãos envergando luvas brancas e estudando metodicamente a realização de todo o processo. Nesse sentido, antes de efectuar qualquer um destes procedimentos, certifique-se de que não consegue mesmo ter sexo, o que quer que faça em relação a isso, e só de seguida siga os parâmetros necessários. Escusado será dizer que o ritual não tem retorno, e que o não seguimento à regra dos cânones básicos poderá originar o entorpecimento temporário ou até definitivo da mente e do espírito. O blog não se responsabiliza pelos possíveis danos causados. Recorde-se que é uma opção sua e só sua.

PROCEDIMENTOS:

Roupa e aspecto
Um intelectual deve vestir-se em concordância com a sua superioridade intelectual: gabardina/casacos de tweed/camisas, e calças de bombazine; seda ou malha em falta de alguma destas duas. Tal como a parte cimeira da idumentária as calças deverão ter um ar descontraído, embora clássico. Preferencialmente deverão ser escuras e de marcas caras. Ter barba é intelectual e acariciá-la também. O cabelo de preferência terá de ser grisalho. Se você é jovem o melhor é comprar tinta para o efeito. Rugas também são bem-vindas e estas podem ser obtidas ziguezagueando e trespassando com um canivete suiço a pele da sua cara. Passadas duas semanas os resultados serão notáveis.

Espólio de tiques nervosos
Um bom intelectual tem o hábito de usar óculos e de os limpar inúmeras vezes, de preferência com um ar filosófico e alheado em relação ao resto do mundo. Um intelectual põe várias vezes a mão sobre o queixo acenando a cabeça em sinal de profunda introspecção e de concordância consigo próprio. Um intelectual concorda sempre consigo próprio. Mesmo que não esteja a pensar um intelectual deve parece que sim. Coçar o pescoço enquanto se desfoca o olhar, a par de gestos oscilatórios lentos acariciando o cabelo também costumam ser gestos eficazes, não esquecendo, obviamente, o piscar compulsivo dos olhos e o deitar de quando em vez a língua ligeiramente para fora.

Ludicidade
Os intelectuais devem, para assim o serem, para constituírem a amalgama essencial da sua sui generiedade, frequentar cafés ou bares onde se ouça música jazz, clássica, lounge, e bossa nova, sendo estas duas últimas hipóteses já um tanto radicais. No momento em que se ouve música clássica poderá ganhar-se uns pontos adicionais caso se abane as mãos como um maestro. Para a esquerda e para a direita é o recomendado, já que para baixo e para cima poderá não ser muito subtil.
No meio intelectual não há grande distinção entre espaço lúdico e laboral, logo o melhor mesmo é não aproveitar os tempos livres e assistir compulsivamente a sessões de leitura, debates e tortuosas tertúlias (não confundir com tartarugas). Idas a museus de arte contemporânea e clássica também são bem-vindos, assim como fumar cigarrilhas ou cachimbo enquanto se bebe whiskey (scotch), gin, ou água tónica. Um bom intelectual deve ter algumas colectâneas de cd`s de World Music, e artistas completamente desconhecidos. Os hábitos de leitura devem ser consistentes. Caso não goste de ler, compre mesmo assim uma panóplia de livros e uma estante de carvalho ou de uma qualquer madeira brilhante, já que deverá bastar saber os nomes deles e fazer declarações abstractas sobre eles. Na literatura os clássicos deverão estar em primeiro plano. Homero, Shakespeare, Cervantes e Honoré de Balzac são algumas referências. Tente decorar uma outra frase destes livros e cite-as assim que achar oportuno. Mesmo que não encontre um momento oportuno não tem importância, pois ninguém reparará nisso e julgará por de trás das suas declarações existir um sentido mágico e oculto, quase como se você fosse um curandeiro dos tempos modernos. A colecção de filmes e o seu visionamento deverá cingir-se a obras de cineastas desconhecidos, ou de cinema alternativo; Kusturica e Almodovar são alguns exemplos, assim como de cinema indiano, coreano, grego e polaco. Um intelectual não vê pornografia, na pior das hipóteses vê erotismo e fica perplexo com a complexidade e beleza artística do acto sexual perceptido pelas câmaras. Uma mulher e um homem nunca são "todos bons", mas sim provocam um estado libidinoso e uma atracção corporal quase incontrolável. A sensualidade é algo importante para um intelectual, principalmente para a deixar de lado no seu dia-a-dia.

Conduta
A maior parte dos intelectuais são de esquerda ou muito ricos. A primeira hipótese é bem mais fácil e é a opção recomendada a um intelectual ainda em iniciação. O intelectual deve tentar produzir arte. Qualquer coisa é passível de ser denominada de arte no meio intelectual, desde que o seu significado não possa ser entendido claramente. Nesse sentido, os poios sobre o azulejo da sua sanita já mais não serão inúteis. Assine . O mais importante é assinar. Um outro segredo deverá ser considerar o seu pior trabalho a sua obra-prima. Toda a gente se irá acreditar. Outra ferramenta importante para um intelectual é a retórica e essa deve usá-la de uma forma eloquente. Não importa que diga coisas parvas, desde que estas sejam ditas com palavras complicadas, raras e com muitos R`s. Para esse efeito pegue num dicionário espesso e assinale palavras estranhas, a seguir decore-as. O seu sentido não é muito importante, o mais importante é saber dizê-las e escrevê-las correctamente. Crie um blog ou um FotoBlog e use estas palavras estranhas ou fotografe coisas que era incapaz de olhar durante mais de um milésimo de segundo. Se assim o fizer, é arte de génio. Envie faxes aos seus amigos mencionando coisas sem sentido sobre coisas aparentemente simples. Crie várias contas de e-mail, mas use apenas uma delas. Compre três jornais diferentes por dia. Os jornais e revistas comprados deverão ser jornais de referência tais como o Público, o DN, o Expresso e a Visão, O Observer de Inglaterra e o New York Times dos Estados Unidos. O "Liberation" está no topo da hierarquia intelectual, mas só deverá ser comprado após alguma experiência no interior da existência intelectual. Disponha todos os folhetins da imprensa em cima da sua secretária. Um intelectual janta em restaurantes onde se sirva comida estrangeira. Um intelectual sabe muitas expressões em línguas antigas e de civilizações consideradas sábias. Um intelectual lucrará se dominar o Latim, o Grego ou o Hebraico.

Lar e decoração
As casas dos intelectuais deverão ser amplas e em estilo vitoriano, embora constituam alternativas as vivendas de estilo clássico, ou as espaçosas quintas. Dentro das quintas deverá existir cavalos. Não é recomendável ter sexo com eles. A decoração das casas deverá conter objectos raros e estranhos de todo o mundo. Quanto mais antigos e exóticos melhor. Os lares têm de possuir secções estranhas; como salas de leitura, salas de cinema, salas com equipamento desportivo e salas de cortar as unhas dos pés e de rapar os pêlos púbicos.

O que um intelectual não faz?
Não arrota e não peida porque isso não exige um exercício de introspecção. Para um intelectual não conta tanto a extrospecção mas sim a introspecção (não confundir com passividade homossexual). Um intelectual não lê Dan Brown. Não tem mais de dois filhos. Se tiver sexo tem que ser tântrico e o recomendável mesmo é a masturbação. Limpa o recto com tiras de seda. Um intelectual não é não-intelectual.

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Uma proposta que não podem recusar

Alberto João Jardim demitiu-se por causa da nova lei das finanças regionais. O representante da república Monteiro Diniz aceitou hoje o pedido de demissão do presidente do Governo Regional da Madeira. A administração central certamente deve estar a rejubilar de felicidade. É o retiro do mafioso. Espera-se ansiosamente a sucessão. Apesar de ser provável que não seja ninguém da sua linhagem directa a sucedê-lo na tutela da família madeirense, quem sabe se ele não arranja uma marioneta qual Marreta, a governar por si. Na verdade talvez arranje um Marreta qual ele próprio, após uma recandidatura ao posto. Duvido que Jardim subsista sem a política. Faz parte dele, é o que ele é e é o que ele fez quase desde a infância. Vai ser um pouco como aconteceu ao Kusturica, ou ao Romário. Esse tipo de pessoas não consegue acabar. É tudo que eles sabem fazer, a única diferença é que no caso do madeirense é tudo o que ele sabe fazer mal.
Jardim deixou um marco não só na Madeira como também em toda a cultura do nosso país. Quem se esquece daquele célebre momento em que o tipo se estava a cagar para o Continente. E aquela pergunta intrigante que ficou no ar: A cadeia de supermercados ou o país?
O madeirense fez jus ao seu nome, é inegável pelo menos isso. Alberto foi como um jardim, um jardim resplandecente, imponente e repleto de couves, as couves que incomodam como o paladar do sabor a caldo-verde que as crianças são por vezes obrigadas a comer. Obrigado Jardim! Obrigado por te ires embora. Continuação de boas fumaças de charuto e boa morte prematura!

Opá rejeitaram a OPA

outra vez. Parece que o Belmiro não vai mesmo conseguir comprar a PT. Desenha-se progressivamente o esfumar de um sonho de dominar de forma tirânica a economia portuguesa. É pena. Para ele, porque eu e todos deveríamos ficar felizes com isso. Daqui a pouco até as nossas mães o sacana quer comprar. É necessário termos cuidado. Pessoas como o Belmiro de Azevedo com certeza veneram Satã e figuras como Rockefeller, esse suposto bom samaritano... da sua própria conta bancária, esse eugenista e fascista a quem os EUA a muito devem para terem chegado à hegemonia internacional. Rezo todos dias para que haja um bom Inferno para tipos como Azevedo. Sinceramente, não os entendo. Para que é que um milionário pode querer ser mais milionário ainda? Não faz sentido absolutamente nenhum alguém pretender mais dinheiro quando já tem suficiente para forrar de um lado ao outro a cidade em que vive com molhos de notas de 500 Euros. Será que estes magnatas não percebem que ao maximizar até à estupidez os seus lucros estão a tirar regalias e bens essenciais a quem não tem poder ou capacidade competitiva para sequer viver medianamente. Quão vil é o egoísmo humano!
Se numa família de 10 irmãos houver um quintal com 10 pêras e se o irmãozinho mais velho, mais inteligente e mais forte tirar 9 pêras aos restantes 9 irmãos, sobra a cada um um nono de pêra. Um nono de pêra deve ser muito bom. Enfiado no traseiro do Belmiro. Juntamente com as restantes nove pêras e um décimo. É de uma falta de bom-senso terrível alguém tão abonado, financeiramente, financeiramente já que o resto se deve dar tudo retroactivamente, não aproveitar o dinheiro e viver regalado e de férias. Não, não. É melhor ganhar mais e mais e mais, até não restar mais dinheiro aos pobrezinhos dos outros. São ladrões profissionais, é o que eles são, as únicas diferenças é que vestem fatinho, têm uma secretária, e o epíteto de Senhor Doutor ou Senhor Engenheiro. Tenham dó. É de uma inutilidade e de uma tristeza terrível ter de se chegar a um ponto em que só o saldo na conta bancária interessa. É sinal de recalcamento e falso moralismo. Só alguém com uma venda nos olhos não é capaz de ver.
As adversidades da condição humana não se combatem com contas bancárias. O dinheiro não traz, pelo menos linearmente a felicidade. Quando se é infeliz, como Belmiro o é; e nota-se isso pois as trombas dele são sempre mais carrancudas do que as de um elefante a obrar, mais vale tentar fazer outra coisa na vida. Não insistir sempre no mesmo, se já se percebeu de que não resulta, uma carreira na equitação, a participação em campeonatos de berlindes ou em concursos de tricot são sempre vias alternativas. Ou então compram-se os três. Também dá.

terça-feira, fevereiro 20, 2007

Uma conversa com James Bond











Então James? Já enc
ontraste o amor? - Não. - Hmm, ok... E agora? - Não, já te disse que não! - Pois, está bem... e agora? - Foda-se, deixa-me em paz!

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Está a governar mal



Mal o dia começa um dos primeiros rituais que efectuo é odiar o Alberto João Jardim e todos os seus clones políticos, mas ontem confesso que o tipo me fez sorrir. Caso não tenham visto os noticiários cito aqui a sua opinião acerca do aborto - "Quando me perguntam o que é que eu penso sobre o aborto, eu respondo que penso que ele está a governar mal." Até que enfim uma opinião refrescante sobre este tema.

O Carnaval é das crianças

Segundo o site do público.pt isto são duas crianças de Barranquilla (Colômbia) a brincar durante as festividades do Carnaval da região.
Oh! Quanta alegria! Pena eu não consumir cocaína e a Coca-cola já não possuir tantos extractos da planta que dá nome à famosa bebida, pois assim seria a forma que todos andaríamos por aí bem mais alegres e contentes, tais como estas inocentes crianças sul-americanas. Enfim, mas podemos sempre misturar Mentos com Coca-Cola, ou Pepsi com Sonasol.
O Carnaval no Rio então deve ser um verdadeiro desvairo, lá deve fazer um sol paradisíaco, e toda a gente deve estar dançando desnuda e compulsivamente. O que mais alguém poderá querer? Eu nem ligo a televisão para não me sentir tentado a imitá-los e cometer um atentado ao pudor. Aqui infelizmente, o mais perto que posso sonhar desse longínquo ponto terrestre é o Carnaval do Rio Ave e isso é só por causa do nome que eu e umas trabalhadoras exóticas por conta própria vamos dar a uma festa em minha casa. Tenho que olhar as coisas pelo lado positivo. Pelo menos quanto mergulhar no Ave já não preciso de me disfarçar, pois logo me transformo num mutante. Estou confiante que vou conseguir ganhar o prémio de melhor traje, quando for para a discoteca. Cuidem-se os Imigrantes Ucranianos de Tchernobil, ainda eles não viram nada.

Melodrama de sexta-feira à noite

São dias como este que me fazem pôr tudo em causa. Dias danados. Decisões. Opções. Desilusões. Quantas vezes já se depararam com coisas que num determinado momento são e noutro já não o são? Chamam-lhe caos e dizem também que é o que dá piada e tira da vida a mecanicidade. Concordo, só não sei se sei lidar com as expectativas demasiado altas. Hoje queria palitar os dentes com um martelo-pneumático. Não consegui e fiquei em mau-estado. Mas também, perdido por 100 perdido por 1000 não é o que dizem? É um tormento termos que viver connosco mesmos e com as nossas paixões. Elas são absolutamente imprevisíveis e as dos outros tornam as coisas ainda mais árduas.
Não consigo discernir quando um sonho não passa precisamente disso, de um sonho. O resto das pessoas imagino que também passem pelo mesmo problema mas eu tenho a agravante de dormir cerca de 14 horas por dia e ingerir por altura do pequeno almoço peyote, san pedro e cogumelos alucinogénicos com leite. Creio que o problema não será tanto as drogas mas sim o facto de o meu pequeno-almoço ser tomado às 7 da tarde. Pois. Dormir demais faz mal e hoje acordei um bocado deprimido. É o amor, é o amor. Era o amor?
O amor, de facto é um lugar estranho e parece que eu não tenho o mapa para lá chegar. É-me difícil nutrir consistentemente sentimentos que não sofram abalos constantes. Sinto-me como um robocop mas sem a parte do heroísmo, o que me dificulta particularmente na altura do engate. Não que eu goste de engatar, eu julgava ter uma namorada. Mas é triste perceber, quando olho para a minha mão, que a peruca nela posta, não sejam os cabelos sedosos e brilhantes de uma mulher. Os meus braços estão a ficar desproporcionais à custa de tanta masturbação, e a fêmea que dá inspiração ao acto parece afastar-se cada vez mais. Julgava ter feito tudo certo desta vez. Espero que isto seja temporário. São difíceis, são muito difíceis as mulheres. Longe vai o tempo em que elas se limitavam a cozinhar e educar os filhos. Agora mandam em nós. No início não parece, mas depois torna-se óbvio. É um jogo que dominam e eu só sei jogar monopólio, e mesmo assim nunca percebi bem qual é a parte em que temos de comer o tabuleiro. Tenho pena de não haverem manuais de instruções para os relacionamentos. Bem vistas as coisas não sei se iria ter dinheiro para compra-los, só o índice deveria equivaler a 20 enciclopédias escritas em latim, em letra tamanho 3, times new roman. No início são muito sentimentais, todas elas, e depois tornam-se agressivas, possessivas e orgulhosas. Doi-me a alma há algum tempo e logo eu que duvido que a alma exista.

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

O Mundo é redondo

Rotina. Mais do mesmo. Mais do mesmo. Expressão em voga inventada por uma campanha política americana. Política Americana. Monopólio de bens essenciais do planeta Terra de forma a possibilitarem a emancipação perante os demais países, para que atinjam um nível de vida com mais regalias. Regalias. Processo de obtenção de bens raros à satisfação humana. Satisfação humana. Aquilo que transite o mecanismo sensorial do Homem de um estado anímico inferior para um estado anímico superior. Superior. Algo que é mais elevado que algo. Algo. Existência empírica de alguma coisa. Coisa. Percepção objectiva ou subjectiva exterior à mente. Mente. Meio pelo qual um determinado ser apreende os comportamentos reflexivos em função do meio ambiente. Meio ambiente. Atmosfera circundante. Circundante. Algo que está à volta de algo. Algo. Existência empírica de alguma coisa. Alguma coisa. Uma percepção objectiva ou subjectiva exterior à mente. Mente. Meio pelo qual um determinado ser apreende os comportamentos reflexivos em função do meio ambiente. Meio ambiente. Atmosfera circundante. Circundante. Algo que está à volta de algo. Algo. Existência empírica de alguma coisa. Alguma coisa. Um percepção objectiva ou subjectiva exterior à mente. Mente. Meio pelo qual um determinado ser apreende os comportamentos reflexivos em função do meio ambiente. Meio ambiente. Atmosfera circundante. Circundante. Algo que está à volta de algo. Algo. Existência empírica de alguma coisa. Alguma coisa. Um percepção objectiva ou subjectiva exterior à mente. Mente. Meio pelo qual um determinado ser apreende os comportamentos reflexivos em função do meio ambiente. Meio ambiente. Atmosfera circundante. Circundante. Algo que está à volta de algo. Algo. Existência empírica de alguma coisa. Alguma coisa. Um percepção objectiva ou subjectiva exterior à mente. Mente. Meio pelo qual um determinado ser apreende os comportamentos reflexivos em função do meio ambiente. Meio ambiente. Atmosfera circundante. Circundante. Algo que está à volta de algo. Algo. Existência empírica de alguma coisa. Alguma coisa. Um percepção objectiva ou subjectiva exterior à mente. Mente. Meio pelo qual um determinado ser apreende os comportamentos reflexivos em função do meio ambiente. Meio ambiente. Atmosfera circundante. Circundante. Algo que está à volta de algo. Algo. Existência empírica de alguma coisa. Alguma coisa. Um percepção objectiva ou subjectiva exterior à mente. Mente. Meio pelo qual um determinado ser apreende os comportamentos reflexivos em função do meio ambiente. Meio ambiente. Atmosfera circundante. Circundante. Algo que está à volta de algo. Algo. Existência empírica de alguma coisa. Alguma coisa. Um percepção objectiva ou subjectiva exterior à mente. Mente. Meio pelo qual um determinado ser apreende os comportamentos reflexivos em função do meio ambiente. Meio ambiente. Atmosfera circundante. Circundante. Algo que está à volta de algo. Algo. Existência empírica de alguma coisa. Alguma coisa. Um percepção objectiva ou subjectiva exterior à mente. Mente. Meio pelo qual um determinado ser apreende os comportamentos reflexivos em função do meio ambiente. Meio ambiente. Atmosfera circundante. Circundante. Algo que está à volta de algo. Algo. Existência empírica de alguma coisa. Alguma coisa. Um percepção objectiva ou subjectiva exterior à mente. Mente. Meio pelo qual um determinado ser apreende os comportamentos reflexivos em função do meio ambiente. Meio ambiente. Atmosfera circundante. Circundante. Algo que está à volta de algo. Algo. Existência empírica de alguma coisa. Alguma coisa. Um percepção objectiva ou subjectiva exterior à mente. Mente. Meio pelo qual um determinado ser apreende os comportamentos reflexivos em função do meio ambiente. Meio ambiente. Atmosfera circundante. Circundante. Algo que está à volta de algo.

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

"Define-me solidão"

- pede-me Pedro, olhos claros, ingénuo. - "Então, solidão é quando ficas sozinho no mundo e ninguém te pode ajudar. É quando olhas em frente e a única cara que vês é a tua reflectida no espelho ou na água." - "Como assim? Sê mais concreto!" - retorque de forma insistente - "É como o que está a acontecer agora, Pedro... - respondo-lhe, simpático - "Agora? Mas!?" - "Sim, agora! Apesar de teres andado com a minha ex-namorada, e apesar de eu ter continuado a falar contigo, sinto que perdi um grande amigo. Sinto-me só Pedro! O vazio é grande. Sinto que te perdi. É algo difícil de acontecer. É tipo metafísica, entendes? É um pouco como a ironia! E um pouco como a injustiça. É como se o amor acabasse. Percebes?" - "O amor? - Perguntou ele. - "Sim!" - respondi. -"A Ironia, a injustiça? Tens a noção de que ultimamente tens andado com umas conversas estranhas, Stephane?" - troçou-me. "Epá se calhar tens razão... desculpa..." - "Não faz mal! Mas olha uma coisa... porque dizes que sentes que me perdeste? Isso não faz sentido. Porque dizes que estás sozinho?". Virei o bote. O Pedro não sabia nadar. Fui sozinho, quando voltei para o pé dos meus amigos e da minha ex-namorada disse que o tinha perdido. Já só faltavam quatro.

"Define-me amor"

- pede-me Pedro, olhos claros, ingénuo. - "Então, amor é quando acontece exactamente aquilo que queres que aconteça mas de jeitos e formas que te são estranhas. Jeitos e formas que te fazem sentir vivo. E fazem vibrar." - "Como assim? Sê mais concreto!" - retorque de forma insistente - "É como o que está a acontecer agora, Pedro... - respondo-lhe, simpático - "Agora? Mas!?" - "Sim, agora! Apesar de teres andado com a minha ex-namorada, eu continuo a ser simpático contigo e a ser teu amigo. Eu amo-te Pedro! É algo difícil de acontecer. É tipo metafísica, entendes? Consegues sentir isso? É um pouco como a ironia! E um pouco como a justiça também. Tu mereces isso Pedro! Sempre me trataste bem. Dá cá um beijo" - "Pois, acho que estou, mais ou menos... a... acho que tenho de me ir embora Stephane..." - atira sorrindo de um jeito estranho. "Mas eu amo-te! Vem cá!" - "Er... Tenho mesmo de me ir embora!" - responde temeroso - "Olha que te vais arrepender mesmo muito oh Pedro"- insisto com uma cantiga um bocado infantil. Acenou e disse-me que não. O Pedro sempre foi pragmático na forma de resolver os assuntos e aquela vez, em que antes de ter sido atropelado por um camião de porcos, foi violado por um Garanhão puro-sangue, acabando por ter que ir em vários pedaços para quatro morgues da região, não fugiu à regra.

"Define-me Justiça"

- pede-me Pedro, olhos claros, ingénuo. - "Então, justiça é quando acontece exactamente aquilo que éticamente é correcto perante as consequências dos nossos actos " - "Como assim? Sê mais concreto!" - retorque de forma insistente - "É como o que está a acontecer agora, Pedro... - respondo-lhe, simpático - "Agora?" - "Sim, agora! Apesar de teres andado com a minha ex-namorada, eu continuo a ser simpático contigo e a ser teu amigo. É algo difícil de acontecer. É tipo metafísica, entendes? É um pouco como a ironia..." - "Pois, acho que estou, mais ou menos a ver, Stephane..." - atira sorrindo de um jeito estranho, antes de entrar no carro e ir pelos ares por causa de um engenho explosivo despoletado por três relâmpagos e uma bigorna de duas toneladas.