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merda no sapato: abril 2006

domingo, abril 23, 2006

Sou essencialmente um teórico.

Há cerca de um ano formulei uma teoria, uma teoria que infelizmente não foi tida em conta pela comunidade cientifica. Fiquei um bocado triste como seria de esperar, mas também não deixei que isso me afectásse o ego. Afinal até o Galileu era visto como um louco no seu tempo e se não fosse ele, provavelmente ainda pensariamos que o mundo era plano. O mundo plano? Onde é que já se viu, a nossa sorte é que se o mundo fosse de facto plano, agora haveriam os pára-quedas caso caíssemos e não morreriamos, para além disso caso fosse essa a nossa vontade, até poderiamos viajar confortavelmente pelo espaço.
De qualquer das formas ao menos a mim não mataram. Para quem não leu a tese de que falo, volto a editá-la, pode ser que desta vez me levem a sério. Chamo-lhe "Teoria quântica da matéria planetária infinita cíclica orgânica e nuclear." Vocês já alguma vez pensaram se o que nós estamos habituados a chamar de planetas não passarem de meros electrões? Se os buracos negros não passam de neutrões? E as estrelas protões constituintes de uma enorme e ao mesmo tempo minúscula célula? De uma das muitas que fazem parte do sistema sanguíneo de um outro animal, ou até um bicho, um bicho muito maior que nós? Já pensarem se nós não passamos de simples partículas e bactérias de uma das suas muitas células, seres dentro de outro ser? Talvez quem sabe de um porco-espinho gigante ou de um castor? E esse Deus que às vezes tanto louvamos não passar disso? De um Castor? Já pensaram nisso? Pois bem, eu também não mas achei que seria giro escrever uma coisa assim.

sexta-feira, abril 21, 2006

Lisboa

Desde que estou em Lisboa que me tenho deparado com coisas que jamais na minha vida havia experienciado. Sou um tipo provinciano, confesso, aquela agitação provoca-me ainda uma certa estranheza. Tanto tráfego, tanto tráfico numa só cidade, apesar de estar longe de ser uma metrópole mundial, quanto muito uma metrópole europeia, não estou habituado a ambientes deste género e por vezes acabo por sentir-me perdido e minúsculo. Sempre vivi em pequenas cidades, calmas e recatadas, à excepção de Genebra, onde morei apenas até aos seis anos. Estou a gostar, gosto de aventura, quebrar a rotina, mas tenho de aguentar a fase de adaptação, quer queira quer não, principalmente porque fui eu que decidi ir para lá, fui eu que me convenci a mim mesmo, e não aquele vaso vermelho chinês do século XV com quem falei a semana passada, como muita gente pensa.
Por oposição a Nova Iorque gosto de chamar a Santo Tirso, e às vezes até à Covilhã "A terra que nunca acorda." um sítio onde até os criminosos e os homem-canhão morrem de tédio. Para quem não sabe: o maior edifício de Santo Tirso é mais ou menos da minha altura e daria para circunscrever grande parte da Covilhã dentro de uma daquelas rotundas de Lisboa. Dá, por isso, para terem uma pequena ideia de como me sinto. Era como se tivesse saído do congelador para o forno, tal a diferença. Tal como como acontece com os perús. (Sempre me questionei se os perús consideram o Natal um dia Santo, e porque é aquele país da América Central se chama Perú. Terá o seu descobridor, ou achador como se convencionou chamar agora, considerado que a verdadeira comunidade nativa, dado à superioridade intelectual em relação aos indíos da altura, serem os perús? Também penso noutras coisas deste género e é por isso que ultimamente não tenho arranjado muitos novos amigos.)
Em Lisboa não é só a arquitectura que é diferente, também as pessoas e até os próprios cães. Aliás, principalmente os cães. Desde pequeno que tenho a tendência de me dar melhor com cães do que com pessoas, o que por vezes é chato, quando vejo cadelas com o cio por exemplo, as pessoas têm dificuldades em perceber a minha orientação sexual. Ao menos em Lisboa já não ligam tanto a isso, mas os cães esses, bem, os cães já não são tão afáveis. Tive recentemente uma experiência que quase me deixou devastado, tanto psicológicamente como fisicamente. Conheci uma raça completamente nova de canídeos - os cães de Restelo. Vocês podem não se acreditar mas não existe um único cão no Restelo amigável, até agora já me cruzei com três deles e três deles tentaram-me matar. Graças a Deus nesses dias não tinha tomado banho, os canideos sempre foram conhecidos por terem um olfacto apurado e talvez tenha sido esse o motivo para pouco depois se terem afastado incomodados. Nem sequer quero imaginar o horror nas suas pobres e compridas narinas. Doce vingança, é para aprenderem a não se meterem comigo! No entanto deu para sentir o coração a acelerar, é que em todos os casos não tinha praticamente hipótese de fuga. No entanto no final, depois de pensar um bocado naquela situação, senti um misto de orgulho/felicidade, agora a música "Cheira a Lisboa" deixa de fazer qualquer tipo de sentido.
Estava aqui a pensar, se calhar, se calhar o meu mau cheiro até foi o motivo inicial para me quererem morder, mas seria estranho tendo em conta que eles comem os seus próprios dejectos e até prova em contrário, com um certo orgulho. Como poderia isso os incomodar? Se calhar foi por eu ser um playdog, quase toda a população canina o sabe e por vezes, os machos invejam-me. Só pode ser isso, eu não estou assim à tanto tempo sem me banhar, se querem mesmo que vos diga, acho que a última vez até foi uma semana antes da Páscoa... de 2002.
Mas chega de cães. As pessoas. Os Lisboetas são afáveis ao contrário do que muita gente pensa, principalmente no Norte, falo por mim, que estou habituado a que me olhem de alto a baixo e de baixo a alto por causa das roupas (sou hippie), aqui mal dão por mim de tantos malucos que se vêem. Ainda há pouco tempo vi um tipo de rastas vestido com um colete reflector e em baixo com uns calções. Era noite e estava um frio de rachar. Já na Covilhã sou um sujeito muito estranho e extravagante, lembro-me que a última pessoa com quem falei perguntou-me se já tinha encontrado a nave-mãe. Curiosamente essa pessoa era bastante parecida comigo e falou-me se não me engano, numa altura em que olhava para o espelho.
Outra coisa estranha que tenho visto amiúde são aqueles anúncios preventivos de uma campanha alertando para os perigos dos ataques cardiovasculares. Já tinha visto aquelas marcas no chão muitas vezes, mas em Lisboa tem quase em todas as ruas. É estranhíssimo. Imagino o que sentem os estrangeiros quando veêm visitar Portugal, a ideia com que eles ficam de nós. Aposto que no dia seguinte embarcam logo para outro sítio. "Foda-se, só mortos! Vamo-nos embora que esta treta de país tem demasiado crime, bora mas é para o Rio de Janeiro, para a cidade de Deus, lá tem uma cena chamada Cristo-Rei e as miúdas dançam nuas e fornicam nas esquinas!" E lá se vão embora sem saberem o que perdem. Eu cá não perco nada, vejo cada pérola. Anteontem vi um cartaz numa central rodoviária dizendo
"Aqui é proíbido afixar cartazes", achei piada, fez-em lembrar aquele autocolante que dantes se via muitas vezes "as minhas convicções não são para ostentar em público!", depois vi num supermercado a letras gigantes e garrafais estampadas contra a parede o seguinte "Benvindo à Xabregas"... à Xabregas... à Xabregas?!

Também gosto muito do Porto...

terça-feira, abril 18, 2006

Decidi escrever. Lamento imenso.

Páscoa. Não gosto. Também gosto de pouca coisa.
Já passaram vinte e um anos e três dias e continuo a não perceber o que é que coelhos e os ovos de chocolates têm a ver com um tipo crucificado e ressuscitado ao terceiro dia. Mas também não percebi "A Paixão de Cristo" do Mel Gibson, se calhar o problema é mesmo meu, que provavelmente serei burro. Mas afinal o bom da fita morre ou fica vivo? E se fica vivo porque raio é que os buracos nas suas mãos não cicatrizaram? Enquadra-se o seu filme no contemporâneo surrealismo? Não? E porquê o Aramaico? É uma cena jovem? Gosto de fazer perguntas, sou jornalista. Pronto, está bem sou é picuinhas... tenho que aprender a ver as coisas pelo lado positivo e a única coisa de positivo que consigo ver no meio de tudo isto é que se aquilo aconteceu mesmo, Jesus deve ter ganho uma pipa de massa até porque certamente deveria ser a única pessoa do mundo capaz de bocejar pondo a mão, respirando ao mesmo tempo. O filme fez-me lembrar um pouco as sagas de Rocky, sabem, em que o tipo levava porrada do princípio ao fim mas no final de tudo ganhava que nem um herói. É o tipo de ficção que eu gosto, sempre é melhor do que as infantilidades do Harry Potter que nos últimos tempos temos sido obrigados a ver.
Enfim... mas fico feliz ao menos por saber que isto nos dá o pretexto para comermos até mais não podermos. A minha Páscoa, como certamente a de milhões de portugueses consistiu em comer... todo o dia e em sítios diferentes, coisas diferentes e com pessoas diferentes. E que bem que isso soube! E isto fez-me pensar em Restaurantes, porque estive em dois, e particularmente atento.
Às vezes pergunto-me para que servirão de facto os Restaurantes. Para comer responder-me-ão vocês. Mas serão apenas sítios unica e exclusivamente para se comer? Acredito firmemente que o Restaurantes são, antes de mais, locais de demostração de etiqueta e riqueza. Se não reparem: existem vários tipos de establecimentos de cattering: os de fast-food, os take-away, os snack-bars, as cantinas, os restaurantes propriamente ditos e os restaurantes de luxo. Nota-se aqui de forma clara uma divisão hierárquica entre os potenciais clientes de uns e de outros. Pior, e a prova de que se tratam essencialmente de locais de ostentação de poder - o elitismo de um restaurante é inversamente proporcional à quantidade e, às vezes, até a própria qualidade da comida oferecida, mas creio que isso faz parte do equilibrio natural das coisas. Dúvido que da classe média para baixo alguém esteja realmente interessado em ir a alguns desses estabelecimentos ditos de luxo, e mesmo que até quisessem teriam forçosamente, para suportar as despesas, de vender o seu próprio carro e património, património e carros esses que, diga-se de passagem, só adquiririam a médio/longo prazo.
Ninguém gosta de ir a Restaurantes de luxo, quero dizer, pelo menos para comer, é tudo puro chauvinismo, tretas capitalistas neo-liberais. Estava aqui a imaginar se todos os Restaurantes de luxo na Etiópia, se é que existem de facto Restaurantes de luxo na Etiópia, fossem gratuítos, e digo isto com grande margem de certeza, a constituição física dos etíopes mantinha-se, ou acreditam-se mesmo que aquelas porcarias que servem, aquelas verduras, seis a sete ervilhas, juntas a uma a duas folhas de alface mais uma porcaria qualquer lá para o meio... e cortada ao meio, servido numa bandeja por um pinguim amestrado e humanóide alimenta alguma coisa? Quanto muito ajuda a cagar e mesmo assim é preciso pedir uma segunda dose.
Não entendo os Restaurantes de luxo. Porque é que nesses malditos "luxuosos" e elitistas establecimentos quase todos os pratos têm nomes, ou estão escritos em Francês? Porque é os empregados de mesa, ou a maioria deles, pseudo-aburguesados têm aqueles estranhissímos bigodes dos magnifícos anos 20 "de la belle époque" francesa? E porquê aquele rídiculo sotaque? Ninguém lhes ensinou a falar? Ou estão a guardar ostras na boca para as manterem quentes?
Poquê? Porquê? E Porquê? E digo-vos: porque quem quer comer panelirices certamente quer ser atendido por apaneleirados. Já agora: Qual é a cena do vinho? Primeiro têm aqueles nomes rídiculos que mais fazem lembrar marcas de produtos franceses para o tratamento da hemorróidas e depois, há sempre um depois, sem excepção, os clientes fazem questão de perguntar o ano da colheita, o sítio de onde veio, se o seu sabor é adocicado, amárgo ou com um ligeiro travo a cebadouro da zona vínicola do sul de Bordéus. Se não lhes perguntam, geralmente é porque já perguntaram noutro sítio ou já sabem de antemão, e mesmo que saibam de antemão o estupor do empregado faz questão de o mencionar, com orgulho e sotaque francês. Outra coisa que não gosto particularmente é a forma como deitam vinho no copo, erguendo a garrafa o mais alto que o seu braço consiga, deixando o líquido verter verticalmente como se uma finíssima cascata se tratásse. Mas o que é isto? Uma miniatura viva das cascatas de Nicarágua caso as fábricas do Vale do Ave lá trabalhássem? Sinceramente... E depois aquela típica abordagem do cliente, abando estupidamente o copo de vinho? Cheirando-o e provando uma quantidade nunca superior a três gotas. E as caras de surpreendidos que eles fazem? "Sublime! Pode deitar mais, mas não muito porque se não, não é chique! Nós somos muito ricos!"
MAS POR AMOR DE DEUS! OS VINHOS SÃO TODOS IGUAIS, VEÊM DAS UVAS, E ADVINHEM: SABEM A VINHO, TAL COMO TODOS OS OUTROS VINHOS. E O VINHOS SABEM MAL PARA CARAÇAS, ELES SÒ SERVEM PARA FICARMOS BÊBADOS, ALEGRES OU LIGEIRAMENTE ALTERADOS! FOI PARA ISSO QUE SE INVENTARAM! Que interessa de onde vieram? "Pode pagar com o cartão que me esqueci da carteira no casaco Armani no meu carro desportivo topo de gama!"
Os Restaurantes de luxo são todos iguais. Não gosto de clichés nem de estéreotipos. Os Franceses usam todos boinas e é um facto sobejamente conhecido que deveriam morrer à nascença.
Ao invés gosto de fast-food, dos maus cheiros que nos deixam nas roupas, das coisiformes e moribundas vacas genéticamente alteradas. Adoro! Venero! É que nos sítos onde se come fast-food, praticamente não há etiqueta, podemos fazer quase tudo o que nos der na real gana sem termos chatices. Para além disso a comida come-se rápido e é saborosa. O único problema é que se abusarmos, mais tarde ou mais cedo, acabamos por tornar-nos em estranhíssimos esquilos-mutantes. De qualquer das formas, e bem vistas as coisas, prefiro comer em casa, lá sim posso fazer tudo o que me apetecer sem ter ninguém que me chateie, me chame a atenção ou me olhe de lado. Já pensaram na data de coisas que não se pode fazer num restaurante? Não podemos arrotar, temos de estar direitos na cadeira, não podemos comer de boca aberta, coçar os genitas ou a micose, ou os dois ao mesmo tempo, ou a micose nos genitais. Não nos podemos espreguiçar, falar alto, fazer guerra de comida, sodomizar a namorada, e a namorada dos outros, atirar objectos cortantes à cabeça do tipo careca da frente, defecar em cima da mesa, olhar fixamente para as pessoas enquanto lambemos obcessivamente os lábios, beijar os próprios joanetes, temos, se somos pessoas de bem, de pousar os talheres um junto do outro e pior: não podemos em caso algum saltar à corda enquanto cantamos "A Portuguesa". Isto limita-me um bocado e é por isso que prefiro comer em casa. Talvez se pudesse fazer tudo isto frequentásse mais assiduamente os Restaurantes, mas agora temos de nos portar como autómatos e isso eu não gosto. Outra das coisas que não gosto nos restaurantes, e esta confesso que me faz uma tremenda confusão, é a forma como se medem as quantidades de comida. Chamam-lhe doses, mas serei eu algum drogado para estar à procura de uma dosezita? Ainda para mais eu que nem uma dose aguento (geralmente peço meia). Que raio de gajo que eles me fazem sentir ao ter de pedir meia dose! Não terei eu estômago, ou estofo para mais? Sou assim tão fraquinho ou pobretanas? Se calhar é a minha primeira experiência! Se calhar... Mas que raio de drogado!? Assim nem os "limpos" nem os "junkies!" me gramavam, era como ser mulato, por altura do aparthaid, há uns anitos na África do Sul.
Estava aqui a imaginar, não seria tão mais interessante e divertido se em vez das chamadas doses tivessemos baldes de comida. "Olhe eram dois baldes de bitoque se faz favor. Ah! E já agora queria uma dose de coca-cola." E depois despejavam-nos aquilo tudo na mesa, sem garfos, nem facas, nem colheres, tal como cães. Os cães são bem mais felizes que nós, eles têm uma cauda e abanam-na muito.
Outra coisa estranha nos Restaurantes: nunca se vêm Muçulmanos ou Indianos nos Restaurantes, principalmente no McDonalds. Desde que estou em Lisboa já vi um casal de Muçulmanos e um casal de Indianos neste popular lugarejo-praga do mundo. Interessou-me particularmente o casal Indiano. Como terá sido o diálogo com o tipo do balcão?

Indiano - Queria um Double ChickenBurguer com queijo se faz favor!

Balconista - Hmm... Com queijo já não há...

Indiano - Hmm... Então queria Um ChickenBurguer normal com queijo se faz favor!

Balconista - Os nossos ChickenBurguer não incluem queijo se faz favor!

Indiano - Hmm... Então queria um Cheeseburguer com queijo se faz favor!

Balconista - Hmm... Cheeseburguers com queijo já não temos, obrigado!

Indiano - Hmm... Então queria um double cheeseburguer com queijo se faz favor!

Balconista - Então com queijo já não há.

Indiano - Pois, nesse caso queria um Hamburguer sem carne de vaca se faz favor!

Balconista - Nesse caso só se fôr com queijo!

Indiano - Com queijo já não há se faz favor?

Balconista - Só se fôr com queijo se faz favor!

Indiano - Hmm... Pode ser.

Balconista - Er... Afinal só temos queijo, obrigado.

Indiano - Er... Pode ser se faz favor.

Deixando agora os Restaurantes. Acho piada às coisas impossíveis, não sei bem explicar porquê, talvez porque a maior parte das pessoas gosta de pensar que são semi-deuses e que tudo está ao seu alcance se faz favor. Mas nós somos tão pequenos! Eis algumas coisas que geralmente não se costumam ver:

- Um Preto numa reunião dos KKK.
- O Kuweit ganhar os jogos Olímpicos de Inverno.
- Judeus a citar o "Mein Kampf"
- Humoristas a não fazerem piadas racistas.
- Economistas a acertar.
- O Timothy McVeigh vivo.
- O Paulo Pires a representar
- Padres a praticarem o celibato, pelo menos com criancinhas.
- Um esquimó a construir um iglo no Sahara
- O Michael Jackson branco.
- Portugal a ser bom nalguma coisa.
- Eu a ter piada sem gozar com estéreotipos.

Estéreotipos. Ontem no Laboretório de Humor, workhop que estou a frequentar entusiasticamente em Lisboa, falamos um pouco sobre improvisação. O Miguel Seabra disse-nos que existem pessoas que têm melhor poder de improvisação que outras, tal como em tudo na vida, e quem não têm esse dom devia treiná-lo. Mas estando nós a treinar o poder de improvisação continua a ser uma coisa improvisada? Fica aqui a pergunta, já que na altura não me ocorreu fazer-lha. Como devem imaginar improvisão não é comigo, por isso faço parte do segundo grupo. Ontem pus-me a imaginar frases que poderia utilizar em casos de ofensa ou interrupção, casos mais gerais em que temos de improvisar. E então pensei nos estéreotipos. Existem tantos.

Para um gordo: Acabaste de comer-te a ti próprio ou na verdade és uma mulher grávida disfarçada? E se sim... porque raio és tão gorda?
Para um magro: Vem cá, tenho um pedaço de carne nos molares e preciso de os palitar.
Para um baixo: Então como é que está o tempo aí em baixo? E porque raio é que estás a olhar fixamente para a minha pila?
Para um alto: Fala comigo quando estiver menos enublado aí em cima. (o tempo outra vez. Resulta sempre. Ou: Se tiveres "tempo" vai buscar o pico dos Andes e mete-o no cu. Obrigado (Estilo Fernando Rocha)
Para um tipo de óculos: De quem são estes óculos? Hey alguém esqueceu-se duns óculos nesta caixa. Isto são óculos não são? Ou sou eu que já estou todo vidrado?!
Para um mudo (não faz muito sentido a menos que nos interropam o discurso com uma granada, por exemplo): Estás muito calado hoje. Passa-se alguma coisa?
Para um actor: Porra! És assim tão desinteressante que tenhas de fazer constantemente de conta que és outra pessoa?
Para um tipo muito forte: Olha importas-te que guarde aí o meu casaco se faz favor? Ou: Isso que tens na cabeça também são músculos?
Para um careca: Olha, esqueceste-te do cabelo.
Para um velho: Por aqui ainda?
Para um francês: Vocês falam francês, vivem na França e compram roupa Francesa.
Para um espanhol: Nem os espanhois gostam de espanhois.
Para um inglês: Vocês vivem numa monarquia, a vossa raínha chama-se Elizabete e é uma velha xéxé de setenta anos.
Para um Americano: Um dos crimes condenados pela vossa Constituição é a invasão de propriedade privada, sendo que o resto do mundo não vos pertence. O vosso presidente é bêbado e tem o Q.I inferior À Madonna. A Madonna já fez filmes pornográficos. A Marilyn Monroe também... os vossos estágios consistem em módulos de aprendizagem de execução de sexo oral. Quem me dera viver na América!

Podia estar aqui o dia todo e não conseguia na mesma ter piada...